terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Você está identificado??



Novamente me refiro sobre o assunto, pois muitos não ouviram falar.

Toda forma de identificação é uma doença mental.
A identificação nos força a não estar no momento presente.
Não estar no momento presente é viver em outro tempo, passado ou futuro, é tendenciar a depressão ou ansiedade.

Significa achar que algo pertence a você.
Significa estar amarrado a isso.
Significa estar perdendo.

Identificar-se é deixar o pensamento fluir para qualquer outro lugar que não seja aqui e agora.
O que é muito diferente de planejar, planejar é necessário, devanear, remoer, fantasiar... não.
É gasto energético inútil e desfavorável.
Identificar-se é desequilibrar-se.
Afirmo ainda que é um dos grandes males da humanidade.

Eu permaneço sempre muito atenta aos momentos que estou me identificando com alguma pessoa, emoção, acontecimento, atitude, objeto ou projeto.
Dia a dia, hora a hora, minuto a minuto.
Atenta pra compreender este processo e livrar-me dele o mais rápido possível.
Como já ensinava uma professora minha de Yoga, e pode soar bem banal para muitos, mas retirar esta forma pensamento da mente é muito simples.
Primeiramente é necessário reconhecê-la, depois coloca-la em outro lugar.
Mas onde?
Em um pedaço de papel.
Muito simples.
Este ato gera um grande alívio.
Gera a compreensão de que aquilo não é mais seu.
Não está mais dentro de você.
Porque realmente não estava, mas você desconhecia.
Desencadeando, então, um grande  processo de entendimento sobre o fato, posteriormente.
É como diz o Koan "O ganso e a garrafa" que escrevi no post anterior.


Você pode inventar outra forma de fazer isso.
Eu ainda não descobri.
E já estou no segundo caderno.
E posso afirmar que meus momentos de identificação são cada vez mais breves.


Desidentifique-se!
Let go!
Bom trabalho!
Gratidão!

Stefania Bianchi

quarta-feira, 23 de julho de 2014

O ganso e a garrafa

O mestre diz ao discípulo para meditar sobre um koan: 
Um pequeno ganso é colocado dentro de uma garrafa, alimentado e nutrido. O ganso vai ficando cada vez maior e preenche toda a garrafa. Agora ele está muito grande; ele não pode sair, e o koan é que você tem que retirar o ganso sem destruir a garrafa, sem matar o ganso.
O ganso é muito grande; você não pode retirá-lo a menos que quebre a garrafa, mas isso não é permitido. Ou você retira matando-o, o que também não é permitido.
Dia após dia, o discípulo medita, não encontra nenhuma maneira, pensa desse e daquele jeito. Cansado, tem uma revelação repentina... 
Subitamente ele compreende que o mestre não pode estar interessado na garrafa e no ganso; eles devem representar algo mais. 
A garrafa é a mente, você é o ganso. Você pode ficar tão identificado com a mente que  começa a sentir que você está nela!
Ele corre para o mestre para dizer que o ganso está fora. E o mestre diz, "Você compreendeu isso. Agora o conserve fora. Ele nunca esteve dentro". 
A consciência representa o ganso e a garrafa a mente. Porém, você está acreditando que a consciência está dentro da garrafa da mente e questionando como tirá-la. 
A mente trabalha entre dois opostos e nunca tem certeza, ela é completa de indecisão. Todo processo de identificação é a causa raiz da sua miséria, sendo que toda identificação é identificação com a mente. 
Crie uma distância entre você e sua mente. Basta recuar um pouco e observar. Apenas dê um passo para o lado e deixe a mente passar como uma nuvem. E logo você será capaz de ver de que não há nenhum problema - o ganso está fora. Você não precisa quebrar a garrafa, nem precisa matar o ganso.

Feliz desidentificação!
Stefania Bianchi

Conversando com Deus

Certa vez, durante necessidade espiritual, uma amiga me indicou o livro Conversando com Deus, de Neale Donal Walsch.
Não poderia ter lido nada melhor na época!

Este link https://www.youtube.com/watch?v=o5vqW0c-qT8 mostra parte do que será discutido.

"Alguns serão capazes de ouvir,
Alguns serão capazes apenas de escutar,
Outros não ouvirão NADA."

Boa leitura
Stefania Bianchi



terça-feira, 24 de setembro de 2013

O Barco Vazio

Escritos de Chuang Tzu:

“Aquele que se contenta consigo
Fez uma obra inútil.
O sucesso é o começo do fracasso,
A fama é a origem da desgraça.”

Quem pode se libertar do sucesso
E da fama, e descer e se perder
Em meio à massa humana?
Esse fluirá como o Tao, invisível,
Avançará como a própria vida
Sem nome e sem lar.
É simples e não faz distinção.
Aparentemente é um tolo.
Seus passos não deixam rastro.
Não tem nenhum poder.
Nada consegue, não tem reputação.
Como não julga ninguém,
Ninguém o julga.
Assim é o homem perfeito:
Seu barco está vazio."

Leia mais: http://www.palavrasdeosho.com/2013/04/o-barco-vazio.html#ixzz2foKUMjkz

sábado, 29 de junho de 2013

"Se você encontrar o Buda no caminho, mate-o".

Há um ditado Zen sobre o APEGO de imenso valor, ele diz:

"Se você encontrar o Buda no caminho, mate-o".

Esta é uma mensagem para o discípulo que ama Buda, mas pode servir a qualquer outra coisa pela qual se tenha APEGO. 

O discípulo o ama tanto que existe a possibilidade de que Buda se torne sua última barreira para sua libertação. É muito difícil dizer adeus. Você deve tanto para o Mestre - ele tem sido sua fonte, sua transformação, sua nutrição, sua vida. E agora dizer adeus para a pessoa que tem sido seu guia? Dizer que adeus para aquele que tem sido um companheiro constante na noite escura da alma parece impossível! Assim, o discípulo, no último instante, começa a se agarrar à idéia do seu Mestre...

"Se você me encontrar no caminho, mate-me. Mas primeiro, por favor, esteja no caminho - onde estarei esperando por você, para ser morto por você. Mas você não sabe de uma coisa que nunca é dita. Esta frase é só metade disto; a outra metade, a primeira metade está faltando. Antes de você poder me matar, eu já matei você. É por isso que você está no caminho!"


Obrigado!
Stefania Bianchi

domingo, 7 de outubro de 2012

Na dúvida, por onde seguir?

Os mestres taoístas falam sobre o "Caminho"

Estar no Caminho é estar no objetivo
Se você conhece seu caminho, conhece o objetivo, pois o objetivo não está no final do Caminho, mas ao longo de todo ele...

Os mestres não falam sobre Deus, nirvana, iluminação...
A mensagem é simples: encontre o Caminho
E ele não tem mapa, não é tal que você possa seguir alguém e achá-lo
O Caminho é um pássaro voando no céu, sem deixar rastro, ninguém pode segui-lo.


Você terá de pintá-lo, desenhá-lo à sua própria maneira
Buda, Lao Tzu, Jesus caminhou, mas esses caminhos não irão ajudá-lo, porque você não é Jesus, Lao Tzu, e nem é Buda
Você é único
Isso é algo de grande valor.


Como já diria grande Chico Science:
"Desde o começo do mundo que o homem sonha com a paz
A paz está dentro dele mesmo
Ele tem a paz e não sabe
É só fechar os olhos

E olhar pra dentro de si mesmo" 

Você pode ser um taoísta se simplesmente viver sua vida autêntica e espontaneamente
Se tiver coragem de entrar no desconhecido sem depender de ninguém, simplesmente penetrando na noite escura sem saber onde chegará 
Se tiver coragem, é uma aventura.

Já as religiãoes, cristianismo, islamismo, budismo... são grandes rodovias: você não precisa arriscar nada, simplesmente segue a multidão
Com o Tao, você precisa seguir sozinho
O Tao respeita o indivíduo, a únicidade e a liberdade 
O Tao é uma rebelião, é a maior rebelião possível.





quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Osho, sobre a espontaneidade..


Quando age, você sempre toma por base o passado. Você vive de acordo com 
as experiências que acumulou, age com base nas conclusões a que chegou no 
passado — como pode ser espontâneo?
O passado domina e por causa dele você nem sequer consegue ver o presente. 
A neblina do passado é tão espessa que é impossível enxergar alguma coisa
O homem instruído é a criatura mais cega deste mundo. Porque ele vive com 
base nos conhecimentos que tem, em vez de avaliar as circunstâncias. Ele 
simplesmente continua vivendo mecanicamente. Aprendeu alguma coisa; isso 
passa a ser um mecanismo embutido dentro dele e ele age de acordo com isso.

Há aquela história que diz...
Existiam dois templos inimigos no Japão. 
 Os sacerdotes desses dois templos eram 
tão hostis um ao outro que nem sequer
olhavam-se no rosto. Haviam séculos 
que os sacerdote desses dois templos 
não se falavam. 
Ambos tinham um garotinho para servi-los
e eles tinham receio de que os garotos, 
afinal eram só garotos, pudessem ficar 
amigos.
Um dos sacerdotes disse ao seu menino: — Nunca se esqueça de que o outro 
templo é nosso inimigo. Nunca fale com o garoto do outro templo. Eles são 
gente perigosa... 
O garoto ficou curioso... não havia ninguém com quem brincar, ninguém 
com quem conversar e ele já estava cansado de ouvir longos sermões e não
conseguia entendê-los. Os sacerdotes liam escrituras estranhas, 
ele não compreendia aqueles problemas profundos, existenciais que eram 
discutidos. Não havia ninguém com quem brincar, ninguém com quem 
conversar e quando lhe diziam para não falar com o menino do outro templo, 
uma grande tentação brotava dentro dele. É assim que surge a tentação. Nesse 
dia ele não conseguiu evitar de falar com o outro menino. 
Quando o viu na rua, ele perguntou: — Aonde você está indo?
O outro menino era um tanto filosófico; de ouvir grandes filosofias ele ficara 
filosófico. Respondeu: 
— Indo? Não há ninguém que venha ou que vá! Isso acontece... para onde quer
 que o vento me leve... — Ele tinha ouvido o mestre tantas vezes que era 
assim que vivia um buda, como uma folha morta, eguindo ao sabor do vento. 
Então o menino disse: 
— Eu não sou nada! Não existe ninguém que faça algo, então como posso ir a 
algum lugar? Que bobagem é essa que você está falando? Sou uma folha morta.
Vou para onde quer que o vento me leve... 
O outro menino encarava-o sem entender nada. Não conseguiu sequer 
articular uma resposta.  Estava de fato embaraçado, envergonhado, e 
pensava: "Meu mestre tinha razão ao aconselhar-me a não falar com essa gente,
que conversa é essa? Só perguntei para onde ele ia. Na verdade, eu até já sabia
para onde ele estava indo, pois nós dois íamos para o mercado comprar 
hortaliças. Bastaria dizer isso."
O menino voltou ao templo e contou ao mestre: 
— Me perdoe. Você me proibiu,mas eu o desobedeci. Na verdade, sua proibição
aguçou minha curiosidade. Essa é a primeira vez que converso com aquela gente
perigosa. Só fiz uma pergunta: "Aonde você vai?" e ele começou a dizer umas 
coisas estranhas: "Não existe ir nem vir... Quem vem? Quem vai? Sou o vazio 
absoluto", ele disse, "sou uma folha morta. E aonde quer que o vento me leve..."
O mestre disse: 
— Eu disse a você! Agora, amanhã fique no mesmo lugar e, quando ele passar, 
pergunte a ele novamente e quando ele disser essas coisas, você diz 
simplesmente: "É verdade. Você é uma folha morta, assim como eu. Mas, 
quando o vento não está soprando, para onde você vai? Aonde pode ir?" Só diga
isso, e ele ficará embaraçadoEstamos sempre discutindo e essa gente nunca
conseguiu nos vencer em nenhum debate. Então amanhã não será diferente!
O garoto acordou cedo, decorou sua resposta, repetiu-a muitas vezes antes de 
sair. Então ficou esperando no local onde o outro atravessaria a rua, repetindo 
mentalmente a resposta até avistar o garoto se aproximando. 
O menino chegou mais perto e o outro perguntou: 
— Aonde está indo? —, com esperança de que agora ele teria sua chance..
Mas o rapazinho disse:
 — Aonde quer que as pernas me levem... — não mencionou nenhum vento, 
não falou do vazio, nem da questão do não-fazer... E agora, o que ele faria?
A resposta que decorara não ia fazer sentido. Não podia falar sobre o vento. 
Desacorçoado, com vergonha por ser tão burro, ele pensou: 
"Esse menino de fato sabe umas coisas estranhas. Então ele voltou a procurar 
o mestre. Este respondeu: 
— Eu disse para não falar com essa gente! Eles são perigosos! Faz séculos que 
sabemos disso. Mas agora é preciso fazer alguma coisa. Amanhã, você pergunta 
novamente: "Aonde está indo?" e, quando ele disser: "Aonde quer que minhas 
pernas me levem", diga a ele: "Se você não tem pernas, então...?" É preciso 
fazê-lo calar a boca de um jeito ou de outro. 
Então, no dia seguinte, o menino perguntou outra vez onde o outro ia e esperou
a resposta. O outro disse: — Estou indo ao mercado buscar hortaliças.

As pessoas costumam viver com base no passado — e a vida continua em
constante mudança.
A vida não tem obrigação nenhuma de confirmar suas conclusões. É por isso
que ela é tão confusa — confusa para a pessoa instruída.
A pessoa já tem todas as respostas prontas, o Bhagavad Gita, o Alcorão, a Bíblia,
os Vedas. Já se abarrotou de tudo isso, sabe todas as respostas. Mas a vida 
nunca levanta as mesmas questões; por isso a pessoa instruída nunca acerta 
o alvo.

Muito Obrigada!
Stefania Bianchi


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